7 de agosto de 2012

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Criação de inconsciente

Para que o inconsciente se abra, é preciso antes criá-lo. É na análise que se cria o inconsciente. Fora da situação analítica, não há inconsciente.

2 comentários:

  1. Como assim? Uma pessoa que não faz análise não tem inconsciente? Pode ser ignorância minha, mas como explicar os atos inconscientes de pessoas que nem sabem que Freud existe?

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  2. Caro leitor

    Você tem toda razão em externar seu espanto. De fato, em geral se tem a ideia de que o inconsciente está nas profundezas do psiquismo de cada um de nós, e que uma análise é um mergulho em busca de trazê-lo à tona.

    Entretanto, tal ideia, embora largamente difundida, não é de jeito nenhum conforme à psicanálise inventada por Freud e levada às últimas consequências por Lacan: para eles, o insconsciente tem a estrutura de uma linguagem. Dizemos bem "uma linguagem": é preciso interpretá-la.

    Retomando o ponto que você abordou. Para uma pessoa que não faz análise, conheça ela ou não Freud, um lapso, por exemplo, é um mero engano, um erro, uma bobagem, não tem efeito nenhum em sua vida.

    Para alguém que está em análise, ao contrário, um lapso contém um saber que diz respeito a ela, o que acarreta um efeito de decifração: a pessoa considera que ali há um saber, não um saber que passa pelo Eu, mas que vem direto do inconsciente, o qual deve ser assumido por ela.

    É esse esforço em interpretar aquilo que nos é estranho e desconhecido, a partir dos enigmas e da fala que se endereça ao analista, que faz do dispositivo analítico o próprio "lugar" do inconsciente.

    Agradecemos por nos acompanhar




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