3 de outubro de 2013

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Nova-iorquinos: tão diferentes, tão parecidos (Final)



Acima de tudo, os nova-iorquinos são espontaneamente prestativos. Perdemos a conta das pessoas que chegaram-se naturalmente a nós na rua sem que sequer lhes tenhamos solicitado: o que vocês procuram? aonde desejam ir? querem que eu tire uma foto de vocês? Mesmo no corre-corre demonstram boa vontade em dar informação. Quem não sabe, procura saber, e quem depois de procurar não acha, se desculpa com um I’m so so sorry.  

Já era noite, tínhamos urgência de um cyber café, indagamos o segurança de um bar - give-me please two minutes, I’ll check on the internet, respondeu-nos já sacando o celular do bolso. Está certo que não soube dizer e que levou bem mais de two minutes, mas sua boa-vontade era tanta que ficamos de pé a seu lado aguardando ele futucar o celular à vontade. Outra: uma senhora, quando lhe perguntamos onde ficava o Whitney Museum (com uma exposição magnífica do nosso pintor americano favorito: Edward Hopper) apontou-nos uma direção, hesitou, apontou outra, hesitou novamente, olhou no mapa, depois ao redor, o mapa de novo, virou de cabeça para baixo, olhou de novo ao redor, por fim, franziu a testa, desculpou-se pela confusão, se disse envergonhada, não sabia bem onde ficava, sorry, so so sorry, nos despedimos, desejou-nos good luck. O Museu encontrava-se a uma quadra dali. Olhei para trás para ver se via a senhora, fiz-lhe um sinal de longe apontando a entrada - ela levantou os braços eufórica fazendo OK com uma das mãos. Foi o primeiro sinal de OK americano que recebi pelos ares e sem dúvida o mais bonito. Por ser inesquecível.

Os nova-iorquinos são mesmo parecidos com a gente.
Os nova-iorquinos são mesmo diferentes da gente.

Diferentes e parecidos, quem são os nova-iorquinos? 
Tão diferentes entre si como  também o somos entre nós. 
Na diferença, tão diversos como a gente. 
Na diferença, tão parecidos com a gente. 
Todos des-iguais. 

NYC é diferença e parecença que jamais fecha os olhos, arranha céu espelhando o mundo com fôlego de aço.
Tem como a gente fechar os olhos para uma (univer)cidade (d)esperta assim?


5 comentários:

  1. Muito boas imagens, tantas as escritas com palavras como as com a luz!

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  2. Caro Marco Antônio
    Filosofar não é justamente "dar luz" ao que se vê, ao que se escreve, ao que diz?
    Obrigado por acompanhar e participar do Diário.

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  3. Caro Cláudio,
    Creio que sim, como creio também que seja receber luz do que se vê e do que se lê.
    Obrigado a você por compartilhar suas imagens e visões de mundo!

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  4. Maravilha, Cláudio a diversidade de imagens captadas por vc. O TRAÇO comum é a diferença. Pura filosofia!
    Bj. Carmen

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