23 de setembro de 2014

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Rosas de Saint-Eustache

Saint-Eustache, Paris

Linda lua
menos cheia
por entre nuvens
noite de vento

Meia-noite quase
Tilintar de talheres
garçons limpando as mesas
tudo se esvaziando à sombra dos lampiões

Saint-Eustache ali
solitária, imponente, grandiosa
Ela, só ela
Como se nada mais houvesse

Passo de bicicleta
vejo as rosas no canteiro
Aquelas
As belas

 Não tão belas como d’antes
primavera já não é
um pouco desfeitas, desbotadas
mas belas, sempre, como nunca deixarão de ser  

Pois rosas, estas, são rosas do meu amor
profundo perfume
profundo encanto
profundo desejo
profundo amor

A elas destino-me
delas me alegro
nelas me sinto
com elas sou 

Saint-Eustache tem aos pés
a razão em flor do meu viver
Ela, só ela

Por isso passo
volteio, pedalo
passo, repasso
jamais me esqueço

De reverência secreta
é feito meu caminho de rosas:
amor, eis-me aqui!
E vivo, respiro a noite
e amo, tanto!

Um comentário:

  1. Rosa rosa, tão linda e tão rosa que até seu perfume eu sinto rosa. Reverência lá, reverência cá, até as rosas ele reverencia.
    Ode à vida, ode à morte, ode à lua e também à noite.
    Tocando sempre a nossa alma, pedala e passa...respira e acalma.

    Keiko Komatsu

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