4 de outubro de 2014

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Sínd-ROMA ETERNA?


Sou interpelado pelo veredicto
num cartaz de Roma
La politica è corrota
Perché la società è corrota


Eterna Roma
Sínd-roma eterna?


Agito-me em pleno fórum de mim mesmo
No leito enfermo do pleito
Agonia do dia a dia
 

Vida corrompida
que no esgoto se esvai

Perfídia sanguessuga
em plena luz do dia


Imbecis cínicos vis
Romanos corruptos!
Síndroma que somos


Cogito 
Trastevere
Trás-veredicto 
Trás-recôndito
Trás-maldito
Inaudito

Pode-se pensar a cura da sínd-roma política
sem a subjetivação da sociedade sobre si mesma?

2 comentários:

  1. Kant diria que sim, provavelmente. (É da "natureza humana" querer a o sol e ele vai 'subindo' seu edifício à medida em que outros vão lhe fazendo sombra), ainda que para isso... tenha que 'pagar a cerveja' do pedreiro).
    Mas eu, na minha humilde condição de ilustre desconhecida, acredito que essa afirmativa não procede.
    Creio que a política é aquele prato cheio para os famintos de corrupção, os gananciosos. Mas ela abre também as portas para os que representam o combate a isso.
    Estou falando aqui em político institucional, não na amplitude do que representa a Política. Tudo é política!
    Acho que, como em tudo, a raiz deste mal é a educação - ou a falta dela. O menino vê coisas grandes (dólares na cueca, superfaturamentos, fraudes em licitações e tudo isso fica ali, gravadinho em sua cabeça).
    Um belo dia ele está nas Lojas Americanas e acha que não há problema em pegar uma balinha...
    Muitas vezes ele vê seu pai passar uma graninha pro policial que quer multá-lo por uma irregularidade qualquer, e aí aprende uma novidade: essa parada tem dois lados! o que oferece e o que aceita.
    E assim vem seguindo a nossa cota brasileira de humanidade. Sei que há corrupção em várias partes do mundo, mas sou brasileira, é aqui que vivo, então restrinjo-me a comentar sobre o que vejo e convivo desde sempre.
    Mas não aceito que isso seja colocado como regra. A nossa política não se respeita, ela prima pela falta de decoro, parece escolher a dedo a nata do que há de mais sujo na sociedade. Com honrosas exceções, por favor!
    Talvez seja tendência do homem, isso sim, o não gostar de fazer grandes esforços para conseguir o que quer.
    Mas para que haja corrupção, é preciso que haja no mínimo, dois.
    E creio, por fim, que a tese cai por terra quando vemos políticos do quilate de Chico Alencar, Marcelo Freixo, Eliomar Coelho, que têm consciência de que nada mais são que trabalhadores. E empregados por nós, que os elegemos.
    Essas generalizações são perigosas: a política é corrupta porque a sociedade é corrupta.
    Ora, políticos não descem à terra de discos voadores. É do seio da sociedade que eles emergem.
    Isso não autoriza, contudo, a afirmativa.

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    1. Miriam Almeida, boa tarde.

      Pelo que você escreve aqui, me parece ser uma grande estudiosa, dedicada e interessada em estudos sociais. A meu ver, existe sim corrupção em todos os lados, no nosso pais. Isso não é regra, mas sim, índole: DNA. Se os pais fazem, os filhos imitam. Somos todos frutos de "plágios", por conseguinte, plagiamos "bons exemplos" também. Não vejo como sendo uma tendência do homem, mas fruto da educação de berço em que somos criados, independente do nível socio-econômico. O "conseguir o que quer, sem grandes esforços" se aplica no caso de "oferta ilícita" e aceita QUEM QUER. É fácil e, muitas vezes, tentador, mas, volto a dizer "depende da índole". Falemos dos políticos: Os políticos são, não porque a sociedade seja também. A sociedade se compõe de trabalhadores, na grande maioria, honestos, porém "ingênuos" e facilmente enganados. Mal sabem sobre o significado da "corrupção". Entendem que o dinheiro do Imposto que pagam ao governo é desviado ou mal aplicado, mas não têm ideia da intensidade ou de "como, quanto, para onde e por quê". Os políticos, portanto, são eleitos por esse povo "ingênuo" que são "comprados", em troca de "bolsas de todos os tipos e por todos os lados". Daí a questão "Pode-se pensar a cura sind-roma política sem a subjetivação da sociedade sobre si mesma?" Pode, mas levaria 100 anos, no mínimo.

      Keiko Komatsu

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