2 de fevereiro de 2014

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Palavra de mestre




Eduardo Coutinho
Há alguns anos encontrei-o de madrugada, solitário, sentado à mesa de um restaurante no Leblon. Fumava. Olhar perdido não sei onde, entre a fumaça, o prato vazio à frente, um copo com gelo. Num ímpeto, fui ter com ele, um intruso a dizer-lhe minha admiração.

Gosto muito de seus filmes, sobretudo de Edifício Master, sorri-lhe.

Ele, tímido como uma concha, esboçou uma surpresa contente, quase não disse nada. Mas disse, voz rouca, sussurrante:

- Estou aprendendo a fazer cinema...


Hoje o aprendiz se foi. 
Mas a palavra, testemunho de um verdadeiro mestre, ficou.

Um comentário:

  1. Obrigada, Eduardo Coutinho.
    Seus filmes e documentários nos faziam pessoas melhores.

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