Há alguns anos encontrei-o de
madrugada, solitário, sentado à mesa de um restaurante no Leblon. Fumava. Olhar
perdido não sei onde, entre a fumaça, o prato vazio à frente, um copo com gelo. Num ímpeto, fui ter com
ele, um intruso a dizer-lhe minha admiração.
Gosto muito de seus filmes, sobretudo
de Edifício Master, sorri-lhe.
Ele, tímido como uma concha, esboçou
uma surpresa contente, quase não disse nada. Mas disse, voz rouca, sussurrante:
- Estou aprendendo a fazer cinema...
Hoje o aprendiz se foi.
Mas a
palavra, testemunho de um verdadeiro mestre, ficou.
Obrigada, Eduardo Coutinho.
ResponderExcluirSeus filmes e documentários nos faziam pessoas melhores.