O "astro" do Jardim Botãnico de Kandy (Sri Lanka) |
Vi uma foto espetacular de
um bando de macacos, coladinhos uns nos outros, todos com rosto cor-de-rosa, rosa mesmo, choque.
Uma imagem espetacular(osa).
Lembrei de um macaco que vi no Jardim Botânico de Kandy, Sri Lanka: pelo ruivo-aloirado, peito branco bem escovado, rosto rosa, sombra azul nas pálpebras, todo
serelepe e faceiro fazendo estripulias no
gramado, para frisson dos visitantes e furor das máquinas digitais. Um verdadeiro astro.
Curioso.
Há homens, grande maioria, que não usam nada
rosa, vibrante, acham que é "coisa de menina". Melhor mesmo não
chamar muito a atenção: vai que a explosão de cor abala a masculinidade? Homem
que é homem, ou melhor, que quer se assegurar de que é, precisa se parecer com
outro, vestir um padrão, fazer bando em torno do “mesmo”. Sempre é bom lembrar: originalidade
é “coisa de menina”, mesmice, “coisa
de menino”. Homem para ser ou parecer (pare-Ser) homem, tem que usar uniforme,
uni-forme: calça, paletó, camisa, gravata, de preferência, mesma cor, mesmo
corte, mesmo tudo. Homens são extremamente monótonos, mono-tons. Acessórios nem
pensar, relógio, no máximo pulseira, e olhe lá. Brinco, colar? Hmm...melhor não. Pode parecer duvidoso, suspeito: com a masculinidade não se brinca.
Mulheres são mais
ousadas, coloridas, usam até terno, “coisa de menino” (o contrário, nem pensar:
homem de saia? Eu, hein...). Mas na hora de presentear os homens, mulheres
preferem não arriscar muito: ficam na mesmice da "coisa de menino". Homem - ouço
muitas se queixar - já está difícil, vai que fica ainda pior? Melhor não
facilitar e deixar tudo como está, cada cor com seu sexo, cada sexo com sua cor. E o arco-íris,
claro, com os gays.
Pensar que viemos do macaco.
Ou será que não?