Lisboa, compra de tíquete, ou como
dizem aqui, de «título», de metrô. Seguimos as instruções da máquina. Tecla
VIAGEM, apertar; tecla CARTAO RECARREGAVEL, apertar; tecla UNIDADES, número:
2 ; NOTA OU MOEDAS, inserir; TROCO E CARTAO, devolução, Tlim-tlim de
moedas, um cartão e dois papeizinhos de recibo. Estranhei ter saído apenas
um cartão: não havia pedido duas unidades? De certo, unidade quer dizer viagem:
são duas viagens no mesmo cartão. Mas para quê dois recibos? Um recibo para
cada viagem? Bem, o importante é pegar o metrô, ou, na pronuncia daqui,
«métro», dá no mesmo.
Na roleta, cartão junto ao leitor
magnético - a luz verde acendeu, a portinha de vidro se abriu: um de nós
passou. Minha vez agora. De novo: cartão junto ao leitor magnético – a luz
vermelha acendeu, CARTAO INVALIDO. Fui até o guichê:
- Bom dia, acabei de comprar um cartão com duas unidades, passei uma vez, deu
certo, na segunda deu inválido.
- Pois então, o senhor tem um cartão com duas unidades, não é? As duas unidades não podem ser para pessoas diferentes – disse-me a
portuguesa numa rapidez embolada.
Não entendi: desde quando duas
unidades formam uma identidade? 1 + 1 = 1? Talvez ela não tivesse me entendido,
vai ver que por conta do meu sotaque:
- Na máquina eu pedi duas unidades, mais veio um só cartão…- tentei explicar
melhor.
- As unidades
do cartão não servem para pessoas diferentes, só servem para um…
Fiz que entendi a lógica do «dois
de um» e lá me fui comprar uma unidade válida só para mim. Navegar é preciso,
entender não é preciso.
Chegamos a Portugal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário