Rua
do Rosário, pausa para o café. Os docinhos chegaram à mesa: torta de limão com
suspiro, mousse de cupuaçú com
chocolate branco, mousse de paçoca. A
francesa provou um a um. E aprovou:
- Hmm...Délicieux... aussi bons qu’en France!
Elogio
lisonjeiro. Todo mundo sabe que francês não gosta de colocar azeitona na empada
de ninguém, ainda mais quando o assunto é culinária.
Está
certo que o garçon era francês. O chef-pâtissier também. Ninguém duvida
que o mundo está mudando e que o Brasil é a bola da vez. Brasileiro garçon em
Paris, eu que o diga, nunca foi novidade, já um francês garçon no Rio era, até
bem pouco tempo, no mínimo exotique. Quando
é que a gente poderia imaginar?
A
francesa, entre uma bocadinha e outra, silabava: cu-pu-a-çú...
pa-ço-cá... cu-pu-a-çú... pa-ço-cá...
E,
de queixo caído, repetia a lisonja:
- C’est vraiment délicieux...
aussi bons qu’en France!
Bem, a gente se alegra, fica todo orgulhoso, é claro.
Mas désolé, madame. A tartelette au citron, vá lá, qualquer boulangerie na França tem, e das mais deliciosas.
Já cupuaçú e paçocá, só cá.
Mas désolé, madame. A tartelette au citron, vá lá, qualquer boulangerie na França tem, e das mais deliciosas.
Já cupuaçú e paçocá, só cá.
Seja sempre bem-vinda, madame: nossa terra tem sabores insondáveis.
Mousse de cupuaçú com chocolate branco |
Mousse de "paçocá" |
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