Eu nunca vi um Papa pegar o avião carregando uma
maleta.
Eu nunca vi um Papa preso num
engarrafamento dentro de um Fiat com uma multidão ao redor.
Eu nunca vi um Papa manter o vidro do carro abaixado
para estender a mão e tocar as pessoas.
Eu nunca vi um Papa andando rapidinho.
Eu nunca vi um Papa indo na direção que não se
espera que ele vá.
Eu nunca vi um Papa sair debaixo do guarda-chuva.
Eu nunca vi um Papa entrando no meio da multidão.
Eu nunca vi um Papa perguntar: por acaso a gente visita
alguém de quem gosta, um amigo, dentro de uma caixa de vidro?
Eu nunca vi um Papa responder não à pergunta que
fez balançando o indicador.
Eu nunca vi um Papa dizer que pode levar um soco.
Eu nunca vi um Papa dizer que é inconsciente.
Eu nunca vi um Papa deixar a segurança tonta.
Eu nunca vi um Papa dizer é tudo ou nada.
Eu nunca vi um Papa dizer que, ou a gente faz a
viagem com comunicação humana como deve ser, ou não faz.
Eu nunca vi um Papa dizer que comunicação pela
metade não faz bem.
Eu nunca vi um Papa chegar dizendo: permitam-me que nessa hora eu possa bater
delicadamente a esta porta, peço licença para entrar.
Eu nunca vi um Papa dar bom dia e exclamar que bom
estar aqui.
Eu nunca vi um Papa dizer como é bom ser bem
acolhido.
Eu nunca vi um Papa abraçar em vez de dar a mão
para beijar.
Eu nunca vi um Papa tocar o ombro do motorista
pedindo para o papamóvel parar.
Eu nunca vi um Papa descer de repente do papamóvel.
Eu nunca vi um Papa trocar o solidéu por outro que
um fiel lhe estendeu de presente.
Eu nunca vi um Papa afagar criança com ternura sem
que seja para aparecer na foto.
Eu nunca vi um Papa ser chamado de fofo até por não
católicos ou ateus.
Eu nunca vi um Papa reunir no frio e na chuva uma multidão
maior do que Réveillon ou Carnaval.
Eu nunca vi um Papa sempre alegre e bem-humorado.
Eu nunca vi um Papa falar tantas vezes a palavra
alegria com alegria.
Eu nunca vi um Papa que diz que ser cristão é ser alegre, não pode ter cara de luto.
Eu nunca vi um Papa que diz que ser cristão é ser alegre, não pode ter cara de luto.
Eu nunca vi um Papa com cara de quem faz arte.
Eu nunca vi um Papa que dá vontade de fazer arte.
Eu nunca vi um Papa inspirar tantas esculturas de
areia na praia e provocar a transformação do “fio dental” em minissaia.
Eu nunca vi um Papa que não fala em pecado.
Eu nunca vi um Papa a quem eu confiaria um segredo.
Eu nunca vi um Papa falar pouco e dizer muito.
Eu nunca vi um Papa que dá vontade de ouvir o que
ele diz.
Eu nunca vi um Papa coerente.
Eu nunca vi um Papa didático.
Eu nunca vi um Papa explicar primeiro isto, segundo
isso, terceiro aquilo.
Eu nunca vi um Papa perguntar: estão me entendendo?
Eu nunca vi um Papa dizer coisas que todo mundo
entende.
Eu nunca vi um Papa não dar uma de sabichão,
autoridade, dono da verdade.
Eu nunca vi um Papa falar sem rodeios, dizer: olha, o
que eu espero é o seguinte.
Eu nunca vi um Papa dizer que os mais pobres são os
que mais praticam a generosidade.
Eu nunca vi um Papa dizer que sempre é possível botar
mais água no feijão.
Eu nunca vi um Papa repetir um ditado.
Eu nunca vi um Papa dizer que a palavra solidariedade
incomoda muita gente, parece um palavrão.
Eu nunca vi um Papa dizer que a ação vale mais do
que a palavra.
Eu nunca vi um Papa não dar muita trela para os
governantes.
Eu nunca vi um Papa falar claramente dos
governantes.
Eu nunca vi um Papa dizer que não adianta tentar
pacificar a periferia se ela é abandona pela sociedade.
Eu nunca vi um Papa dizer que a medida da grandeza de uma sociedade reside no modo como ela trata os
mais pobres.
Eu nunca vi um Papa dizer que a realidade pode
mudar.
Eu nunca vi um Papa dizer que ninguém é
descartável.
Eu nunca vi um Papa mandar os padres saírem da
paróquia e ir para as ruas, para as periferias, trabalhar para os pobres.
Eu nunca vi um Papa exaltar o entusiasmo e a
criatividade.
Eu nunca vi um Papa entusiasmado.
Eu nunca vi um Papa com faísca nos olhos.
Eu nunca vi um Papa com faísca nos olhos.
Eu nunca vi um Papa com cara de desejo.
Eu nunca vi um Papa brincar que aceitaria um copo d’água,
um cafezinho, cachaça não.
Eu nunca vi um Papa que dá vontade de dar uma
cachaça para ele provar.
Eu nunca vi um Papa que com certeza vai adorar caipirinha.
Eu nunca vi um Papa fazer piada.
Eu nunca vi um Papa dizer que Deus é brasileiro.
Eu nunca vi um Papa sugerir oferecer uma dúzia de ovos a Santa Clara para parar de chover.
Eu nunca vi um Papa dizer que não gosta de dar
opinião sem conhecer.
Eu nunca vi um Papa baixar a cabeça e refletir antes
de responder.
Eu nunca vi um Papa dizer perdão se me estendi e
falei demais.
Eu nunca vi um Papa se desculpar.
Eu nunca vi um Papa agradecer a gentileza do
entrevistador.
Eu nunca vi um Papa dizer que se esqueceu.
Eu nunca vi um Papa dizer que é mal educado.
Eu nunca vi um Papa dizer: vou me atrever dizer uma
coisa, sem ofender.
Eu nunca vi um Papa dizer a palavra gay.
Eu nunca vi um Papa dizer quem sou eu para julgar.
Eu nunca vi um Papa pedir para rezar por ele.
Eu nunca vi um Papa dar gargalhada.
Eu nunca vi um Papa bater palma.
Eu nunca vi um Papa coçar o nariz.
Eu nunca vi um Papa dizer que padre apegado ao
dinheiro é uma ofensa ao povo.
Eu nunca vi um Papa dizer que padre precisa ter carro,
mas não carro de luxo.
Eu nunca vi um Papa dizer que o povo exige
simplicidade e despojamento de pessoas consagradas.
Eu nunca vi um Papa falar a palavra corrupção.
Eu nunca vi um Papa falar de políticos corruptos.
Eu nunca vi um Papa falar de sacerdotes corruptos.
Eu nunca vi um Papa falar do escândalo do Vatileaks.
Eu nunca vi um Papa dizer a palavra Vatileaks.
Eu nunca vi um Papa dizer: que belo serviço esse Senhor presta à Igreja, não? - a respeito de um
monsenhor envolvido num escândalo de milhões de dólares
Eu nunca vi um Papa dizer que sacerdote que age mal
merece punição.
Eu nunca vi um Papa dizer que recusou o apartamento
papal para evitar gastar dinheiro com psiquiatras.
Eu nunca vi um Papa dizer que não consegue viver só: solidão faz mal a ele.
Eu nunca vi um Papa dizer que precisa de contato
com pessoas diferentes.
Eu nunca vi um Papa achar o inconformismo dos
jovens muito lindo.
Eu nunca vi um Papa dizer que quer agito.
Eu nunca vi um Papa dizer que quer agito.
Eu nunca vi um Papa dizer que é preciso ouvir os
jovens.
Eu nunca vi um Papa dizer que os velhos devem abrir
a boca.
Eu nunca vi um Papa dizer que os jovens têm que
deixar os velhos falarem e escutar o que dizem.
Eu nunca vi um Papa perguntar: está claro?
Eu nunca vi um Papa dizer que a utopia não é sempre
negativa: utopia é respirar
e olhar adiante.
Eu nunca vi um Papa dizer que é indisciplinado.
Eu nunca vi um Papa dizer enfant terrible.
Eu nunca vi um Papa dizer que quer tratar gente
como gente.
Eu nunca vi um Papa dizer que não conhece mãe por
correspondência: mãe acaricia, toca, beija, cuida, alimenta, ama.
Eu nunca vi um Papa fazer gesto de embalar um bebê
no colo.
Eu nunca vi um Papa repetir esse gesto e sorrir como um bebê.
Eu nunca vi um Papa dizer que uma Igreja distante
das pessoas é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta.
Eu nunca vi um Papa dizer a palavra outsider.
Eu nunca vi um Papa dizer que a Igreja precisa
sempre ser reformada: coisas que serviam em outras épocas, agora não servem
mais.
Eu nunca vi um Papa dizer que a Igreja tem que ser
dinâmica e responder às coisas da vida.
Eu nunca vi um Papa dizer que não gosta de jovem
que não protesta.
Eu nunca vi um Papa dizer que às vezes a
experiência da vida é um freio.
Eu nunca vi um Papa dizer que os jovens não devem
ser manipulados.
Eu nunca vi um Papa dizer que tem muita gente
querendo manipular os jovens.
Eu nunca vi um Papa dizer que manipulação é um
perigo.
Eu nunca vi um Papa usar a expressão feroz
idolatria do dinheiro.
Eu nunca vi um Papa dizer que quem manda hoje é o
dinheiro.
Eu nunca vi um Papa dizer que a política no mundo
atual é economicista, autossuficiente, sem qualquer controle ético.
Eu nunca vi um Papa dizer que para sustentar esse
modelo há uma política de exclusão de jovens e idosos: eles não produzem, não
servem para nada.
Eu nunca vi um Papa dizer que o jovem e o velho
estão no mesmo barco.
Eu nunca vi um Papa dizer que criança morrendo de
fome e sem educação, mendigos morrendo de frio no inverno, gente doente sem
acesso a tratamento, nada disso é notícia.
Eu nunca vi um Papa dizer que quando as Bolsas das
principais capitais perdem três ou quatro pontos isso é tratado como uma grande
catástrofe mundial.
Eu nunca vi um Papa perguntar: compreende?
Eu nunca vi um Papa falar de humanismo desumano que
estamos vivendo.
Eu nunca vi um Papa dizer que é preciso defender
uma realidade humana, valores éticos.
Eu nunca vi um Papa dizer que cada religião tem
suas próprias crenças e que é preciso respeitar a fé de cada um.
Eu nunca vi um Papa falar que não interessa ficar brigando
por questões de fé, o que interessa é que todos se juntem para acabar com o
sofrimento alheio.
Eu nunca vi um Papa dizer que se tem uma criança
com fome e sem educação, o que importa é que ela deixe de ter fome e tenha
educação.
Eu nunca vi um Papa dizer que ninguém pode dormir
tranquilo enquanto isso existir.
Eu nunca vi um Papa dizer que a única saída é sair
de si mesmo.
Eu nunca vi um Papa filosofar.
Eu nunca vi um Papa falar de construir uma vida
feliz.
Eu nunca vi um Papa dizer que vai sentir saudade.
Eu nunca vi um Papa dizer que já está sentindo
saudade.
Eu nunca vi um Papar dizer a palavra saudade.
Eu nunca vi um Papa que sente.
Eu nunca vi um Papa que tem cara de gente.
Eu nunca vi um Papa de quem a gente sente saudade.
Eu nunca vi um Papa agente.
Eu nunca vi um Papa gente.
Eu nunca vi.
Eu nunca vi-vi.
Antes e depois de Francisco.
Lindo texto querido Claudio.
ResponderExcluirExprime bem o feeling gostoso que eu senti e que talvez a grande maioria dos brasileiros deve ter sentido, ao ter por perto esse Papa, surpreendente e diria até disruptivo.
Beijos!
magnífico. li, com gosto até o final.
ResponderExcluirEu também não! Eu católica, apostólica, romana, que reza o terço e não perde Missa aos Domingos! Também nunca vi alguém público, conhecido, aceitar na rua, dois chimarrões de desconhecidos e ainda acenar com gesto de aprovação para um dos oferentes! Nunca vi também um argentino tão querido
ResponderExcluirpelos brasileiros. Adorei a sua ladainha de " Eu nunca vi", bato palmas e assino em baixo! Muito inteligente e verdadeira! Bravo! Esse é o Papa Francisco!
Outra faceta, nunca vi um Papa pedir sempre, que rezem por ele. Que Deus o abençoe e a nós também! Amem!
Bjs, Rosa.
Eu também, não. Ou ele é realmente arauto de uma renovação para humanizar a igreja romana, ou ele é um tremendo marketeiro. Ou alguma outra coisa que só o futuro mostrará.
ResponderExcluirEnquanto isso, um olho no padre e outro na missa. ;)
Sergio Viula
No que depender de mim (nós), vigília total!
ExcluirObrigado, Sérgio, por sempre acompanhar atenta e criticamente o Diário.
E naturalmente, o Papa!
Abraço
Claudio Pfeil
Francisco não veio impor "A Palavra" como um Outro absoluto. O que encanta neste Papa é que ele, como todos nós, NÃO SABE. Aberto a tudo e a todos (não só através dos vidros dos carros) buscou, nesta Jornada, ser apenas humano, profundamente humano, acho que foi isso que o aproximou de todos nós.
ResponderExcluirExatamente! Francisco colocou-se do lado dos "barrados".
ExcluirO NÃO SABER QUE NOS UNE!
Adorei a analogia com os vidros abertos: há algo FORA e daí a busca.
Obrigado, Ana Cristina, por acompanhar e participar do Diário.
Claudio, João XXIII, que eu amo dizia:
ResponderExcluir"É preciso tirar a poeira do trono de São Pedro!"
Acho que o Papa Francisco é dessa escola. Rosa.
Olha, eu sinceramente torço por isso.
ExcluirE leio nas entrelinhas do pedido reiterado "rezem por mim" o espectro Vaticanal e a apreensão do Papa: perigo à vistal!
Obrigado Rosa por acompanhar e participar do Diário.
Lindo seu texto poema ! não sou religiosa, nem sei direito o que é uma Igreja, mas amei esse Papa. A atitude dele foi um bálsamo no coração. Em meio a toda gritaria, protestos , caos ele surgiu com a mensagem de ainda somos bons, ainda podemos fazer daqui um lugar melhor. Parece clichê, mas foi a minha sensação.Graça Nunes, amiga do facebook ( de novo, só consigo comentar anõnimo)
ResponderExcluirCara Graça
ExcluirVocê aludiu às manifestações. Muito se falou durante os protestos que as multidões que sacudiram o País não tinham liderança. Alguns partidos políticos tentaram em vão se apropriar do clamor das ruas, mas felizmente foram rechaçados. É muito interessante notar que, surpreendentemente, um Papa - um Papa! - tenha vindo chancelar o vigor ético das manifestações mediante seu HUMANISMO e sua EXORTAÇÃO INCONFORMISTA: quero que vocês vão às ruas!
Obrigado por participar do Diário!
Adorei ... Seu olhar captou e traduIu o que levaria nao 4 dias, mas meses pra traduzir...esse papa arrasou...e vc tb...
ResponderExcluirEsse papa superou os três tempos do Édipo...rs.
ResponderExcluirCertamente minha opinião é minoria aqui, mas quero crer que todos são favoráveis ao diálogo e abertos às diferenças de opinião.
ResponderExcluirTambém digo "Eu nunca vi", mas é um Papa que tem um discurso para a América Latina (leve-se em conta a conjuntura atual) e outro para a Europa.
Para além do fato de ter sido, na melhor das hipóteses, conivente com a ditadura argentina, agora essa:
http://www.portugues.rfi.fr/europa/20130615-papa-sugere-revogacao-de-lei-sobre-casamento-gay-na-franca
Francisco, como usuário da rede, deveria saber que hoje, como nunca, não se engana muita gente por muito tempo...
O filósofo Francis Bacon escreveu:
Excluir"A verdade é filha do tempo, não da autoridade".
Será Francisco realmente um reformador da Igreja, o "Papa do Abalo" como eu chamei num dos meus textos anteriores, e como pressagiam suas palavras? Isso só o tempo dirá.
Do abalo, não sei.
Do embalo, pelo menos 4 milhões de pessoas (no frio e debaixo da chuva) são testemunhas de que é.
Do imprevisível, suas atitudes e comportamentos surpreendentes atestam: você, o mundo e eu estamos vendo dia a dia as rupturas em relação ao perfil papal com a maior espontaneidade, e por que não dizer, liberdade de espírito.
Eu só sei é que EU NUNCA VI.
Obrigado Miriam por acompanhar e participar do Diário! Seus comentários são e serão sempre bem-vindos: este é um espaço democrático destinado a pessoas de boa fé (sem acepção religiosa! rs), "favoráveis ao diálogo e abertos às diferenças de opinião".
Eu só sei é que EU NUNCA VI.
Eu só sei é que EU NUNCA VI.
Eu só sei é que EU NUNCA VI.
Eu só sei é que EU NUNCA VI...
Adoro o Diário, você sabe!
ExcluirMas o fato de nunca ter visto determinada coisa, não significa, em si, coisa nenhuma.
Houve todo um aparato por trás dessa vinda dele, há que se considerar vários fatores, como a perda de fiéis, dentre outros.
Mas isso não justifica enganação. A Igreja é baseada em dogmas, e simplesmente ele não teria sido eleito para o cargo se não fosse conforme a esses dogmas.
Uma das coisas que atestam isso é o link que postei no comentário.
Juntar gente debaixo de chuva, quando todos, mas todos mesmo, os noticiários, de tv aberta e paga, massacraram a todos com a figura desse homem, francamente... você sabe o que é catarse, e na minha opinião, uma imensa parte das pessoas que estavam ali sequer tinha convicção do que estava fazendo.
Bem, do engarrafamento, honestamente, ele não tem mérito algum, foi apenas demérito da organização, como de resto, a falcatrua do terreno de Guratiba, etc.
Não estou de acordo que um Estado laico(?) invista na vinda de um religioso - seja qual for a religião.
Enfim, são muitas nossas diferenças de visão, mas se "só o tempo dirá", acho precipitado tecer comentários praticamente equiparando este Papa a São Francisco de Assis, por exemplo.
Só podemos falar do que já foi, certo? Então, falemos à medida em que as coisas forem acontecendo. O que vejo hoje é uma atitude dúbia de uma pessoa duvidosa.
Obrigada pelo espaço!
Que a Igreja é dogmática, não se discute. Mas não é apanágio dela. As crenças, preconceitos em geral, ideologias políticas, "filosofias" são também porta-vozes de dogma. E como! Há sempre que se ter um olho no padre outro na missa, nos políticos e nos partidos, em nós próprios e na vida!
ExcluirQuanto ao Papa propriamente dito, reitero o que disse e fecho com Francis Bacon: "A verdade é filha do tempo, não da autoridade". Estou de olho. Vamos aguardar sem ilusões tampouco dogmatismos...
Obrigado por acompanhar o Diário.
Miriam Almeida, gostei de ver que vc duvida do direcionamento das ações presentes e quer esperar o comportamento do Papa Francisco no futuro para saber se este é de fato coerente com o que ele prega e faz. Eu também, vacinada por décadas de autoritarismo, reacionarismo, distância da realidade e até falta de respeito e consideração pelos fiéis do catolicismo e de outras religiões - atitudes de tantos papas antes e depois de João XXIII, que a meu ver não teve tempo para ser um Papa completo - tenho uma atitude de expectativa quanto a Francisco. Mas sabendo que preciso, em suas palavras, ditas em Aparecida, "... deixar-se surpreender por Deus...". E sabendo, também, que é quase impossível uma pessoa só reformar e transformar uma estrutura enrijecida por séculos de distância do Evangelho e dos fiéis. É preciso que o reforcemos com nosso apoio e preces, para que tudo caminhe conforme os planos e tempos de Deus. Já que tive a grata surpresa de conhecer o blog do Claudio, despeço-me dos dois com um abraço. Lucia.
ExcluirOlá Lúcia
ExcluirSeja bem-vinda! Fico contente que tenha descoberto o Diário, um espaço aberto à reflexão e ao diálogo. Obrigado por acompanhar e participar dele.
Abraço
Claudio
Também não sou religiosa, também não acredito em dogmas, muito menos em religiosos.
ResponderExcluirMas como Pat Peoples do livro "O lado bom da vida", quero mais finais felizes, e se não os tiver, pelo menos a esperança de tê-los.
Fico também na duvida se ele é um vento novo ou um personagem na medida para evitar a debandada católica para as religiões pentecostais.
Mas prefiro crer que quando ele pede rezem por mim, esteja pedindo respaldo para coisas novas.
Como diria Ancelmo Gois, vamos torcer, vamos conferir.
Belo e verdadeiro retrato de um papa verdadeiramente diferente. Humano, gente, amplo, aberto, amoroso.
ResponderExcluirCaro Rolando
ExcluirObrigado por acompanhar e participar do Diário.
Abraço
Texto extremamente interessante e preciso. Este Papa é tão diferente do anterior... Espero que tenha um longo pontificado (desde que com amplo domínio de suas faculdades físicas e mentais) e que consiga fazer eleger um sucessor que, no mínimo, seja igual a ele. Do contrário, esse início de mudança que parece estar ocorrendo poder perder-se...
ResponderExcluirMas permita-me discordar justamente da última frase: "Antes e depois de Francisco." "Antes", tudo bem. Realmente, poucos Papas foram como Francisco está sendo. Mas "depois?" Como podemos saber o que sucessor de Francisco fará? Obviamente torcemos que o iguale ou supere, mas afirmar que não haverá outro como ele é quase um exercício de adivinhação.
Talvez até esteja errado, mas é assim que eu interpretei a frase.
Atenciosamente,
José M. L. Leitão.
Aparentemente existe muita coisa que voce nunca viu e nunca vai ver uma vez que vive fechado no seu mundo de combater quem nao provoca combate. Nao sou religioso. Pelo contrario sou ateu mas acho sua ladainha do papa coisa de quem nao tem o que fazer e fica procurando meios de se promover as custas de outros.
ResponderExcluirCaro anônimo
ExcluirDe certo, existe muita coisa que eu nunca vi e nunca verei: não se pode ver tudo, não é mesmo?
O que eu busco e me esforço em fazer é "ler" e expressar o mundo com meus próprios olhos.
A interpretação que o leitor faz de minha leitura e expressão é livre: este é um espaço de abertura e diálogo.
Obrigado por participar do Diário.