A candidata passou mal após o debate de ontem na televisão: “queda de
pressão”, segundo ela própria. Naturalmente poderia ter acontecido com o candidato. Há
que se ter um mínimo de compadecimento, ou na falta deste, um pingo de
compreensão: não deve ser mesmo nada fácil manter a saúde em níveis de pressão tão baixos e indecorosos.
Por coincidência, comentávamos exatamente isso no almoço de ontem. Se a gente já fica transtornado com o que ouve e vê durante a campanha, imagine só como ficam os candidatos com o que ouvem, veem e dizem. Ou melhor, com o que não dizem. Afinal, não se pode dizer tudo, ainda mais quando o assunto é política.
Por coincidência, comentávamos exatamente isso no almoço de ontem. Se a gente já fica transtornado com o que ouve e vê durante a campanha, imagine só como ficam os candidatos com o que ouvem, veem e dizem. Ou melhor, com o que não dizem. Afinal, não se pode dizer tudo, ainda mais quando o assunto é política.
Já era hora de alguma coisa consistente fazer irrupção, tomar corpo, digamos,
tomar o corpo. A psicanálise nos ensina que o que não passa pelo simbólico deixa marca no
corpo, não importa o lado, seja à direita, à esquerda, ao centro, nos extremos.
A pressão da candidata cai enquanto o tique do candidato aumenta. Inevitável,
ninguém escapa: quando a simbolização falha, algo dessa falha se inscreve - e sobretudo
se diz, se mal-diz - no corpo: desconforto, mal-estar.
O que não é bem dito é mal dito no corpo, o que não é menos dizer bem: o fracasso da simbolização é o sucesso do sintoma.
E que fique claro: não estou falando do diabo. Estamos todos muito bem
advertidos: na política o mal-dito sempre pode ser pior. Deus nos livre. Ou
será que vamos todos para "o mal-dito que nos carregue"?
Gostei muito do seu texto.Esclarece - DOR.
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