O
vestibular na França - o baccalauréat - começou hoje em todo o País. Primeira prova: Filosofia. Os candidatos deverão
discorrer sobre um tema, dentre vários propostos, de acordo com a área de cada
um.
Os que
optaram por Letras ou Literatura, por exemplo, deverão trabalhar em cima do
tema "A linguagem é apenas um instrumento?". Já os da área
científica: "É possível agir moralmente sem se interessar pela
política?". Nada de múltipla escolha, tem que escrever mesmo. Uma bateria de cento e setenta mil examinadores se
encarregará da correção das quatro milhões de reflexões.
Bem,
nem tudo está perdido. Pelo menos na França. A Filosofia como prova inaugural
do vestibular pode até ser uma escolha aleatória, mas não é menos simbólica. E
prática: a reflexão sobre a alçada da linguagem e da ética é mais do que
imprescindível em tempos onde os discursos se atropelam nas ruas.
E onde o pau quebra também.
Lá e
cá.
Fiquei
a imaginar um tema de dissertação filosófica na hipótese de um baccalauréat carioca com data para hoje. Sugestão:
“Para
que serve a Polícia? Autoridade tem limites? Existe algum fundamento ético para
a repressão?”
Que
tal? Coragem candidatos! E acima de tudo, cabeça fria, olhos bem abertos, todo cuidado é pouco. A prova está nas ruas. E muita gente de uniforme quebrando cabeça por aí...Quebrando cabeça mesmo.
Como se diz em francês: casse-tête.
Como se diz em francês: casse-tête.
"E muita gente quebrando cabeça por aí...Como se diz em francês: casse-tête"...Sensacional!
ResponderExcluirCacetada!
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