28 de março de 2015

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Poasia





Estação de trem de Tristeza, Porto Alegre, 1910

Tristeza. Passei por ela, vi a placa. Lembrei-me da encomenda do Diário. Nome de rua tal, número tal, bairro: Tristeza. Isso mesmo, Tristeza. Achei poético demais, pareceu-me verso do Quintana. Tem Diário no verso, na Tristeza.

Tristeza verso tem reverso, é lenda, dizem: onde hoje é o bairro, havia faz tempo uma chácara cujo dono de tão triste com a morte da amada passou a ser conhecido como “o Tristeza” – “Vai aonde? Vou lá no Tristeza". Acabou morrendo de amor o Tristeza, de tristeza: cumpriu seu destino de ser triste até o fim, tristeza sem fim. Ó tristeza.

Verso, lenda, realidade

Foi-se a amada, ficou o Tristeza
Foi-se o Tristeza, ficou a chácara
Foi-se a chácara, ficou a Tristeza
Foi-se a tristeza, ficou a poesia

Porto Alegre 
Tristeza
Tristezalegre 
Poa:
Poasia

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