Tristeza. Passei por ela, vi a placa. Lembrei-me da
encomenda do Diário. Nome de rua tal, número tal, bairro: Tristeza. Isso mesmo,
Tristeza. Achei poético demais, pareceu-me verso do Quintana. Tem Diário no
verso, na Tristeza.
Tristeza verso tem reverso, é lenda, dizem: onde
hoje é o bairro, havia faz tempo uma chácara cujo dono de tão triste com a
morte da amada passou a ser conhecido como “o Tristeza” – “Vai aonde? Vou lá no
Tristeza". Acabou morrendo de amor o Tristeza, de tristeza: cumpriu seu
destino de ser triste até o fim, tristeza sem fim. Ó tristeza.
Verso, lenda, realidade
Foi-se a amada, ficou o Tristeza
Foi-se o Tristeza, ficou a chácara
Foi-se a chácara, ficou a Tristeza
Foi-se a tristeza, ficou a poesia
Porto Alegre
Tristeza
Tristezalegre
Poa:
Poasia
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