"Gozo – não é sinônimo de prazer sexual, orgasmo; é o inverso do
prazer; algo que se manifesta como desprazer ou sofrimento em nível
consciente (sintoma), mas que satisfaz em nível inconsciente; impossível
de se conhecer: somente através do sofrimento que ele gera (sintoma) é
que se pode ter uma ideia do gozo; é “autista”, isto é, relação do
sujeito consigo mesmo (exclui o Outro); é
a tal ponto insistente e inextinguível que sempre tem a ver com o que a
psicanálise chama de “pulsão de morte”: o gozo cobra incessantemente do
sujeito do inconsciente sua plena satisfação (o que é impossível), daí à
compulsão à repetição, ocasionando a deterioração do corpo e até mesmo a
destruição do sujeito. É o caso da anorexia, da bulimia, das adicções
(drogas, álcool, sexo, trabalho), onde o gozo é uma exigência tão
imperativa que se torna mortífero."
Diário de um analisando em Paris, p. 185
Diário de um analisando em Paris, p. 185
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