1 de junho de 2014

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Eu-ternidade de pa-lavras


"Pont des Arts. Um casal inclinava-se languidamente no banco – teria varado a noite como eu? – uma velha cambaleava num passo tic-tac, um violão rouco desafinava longe. A água esverdeada do rio, suas margens, os b
arcos, pedras tortas, encardidas, a folhagem dos plátanos, o céu pálido, uma mancha alaranjada ao fundo. Paris ali quieta, morna, insone, atravessando as horas, dias, séculos. Eu atravessando a ponte, livre do desassossego da madrugada, do medo, olhos bem abertos. Paris, adorada Paris, eu e meu desejo."

Diário de um analisando em Paris, p. 23


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