Hoje falei para ela de música eletrônica. Tive um
insight depois de ter lhe dito outro dia que adoro dançar e namorar na The Week: a análise é como música eletrônica, não é para ser compreendida, é para ser vivida.
Antes eu detestava música eletrônica, pois me colocava na posição de quem escuta. Achava ela feia, barulhenta, agressiva ao ouvido, tum tum tum. Parecia haver algo errado nela. Mas o problema não estava nela e sim em mim, ou melhor, em minha forma de lidar com ela. É que música eletrônica não é para ser ouvida, é para ser dançada, encarnada. Ela não veicula nenhum sentido, não quer dizer absolutamente nada, é matéria bruta, nonsense. É pura pulsação, como o coração batendo: tum tum tum.
Das artes, a música é tida como a mais espiritual. Pode
ser. Mas se assim é, digo que a música eletrônica não é espiritual, é corporal.
Por isso ela é profundamente erótica, é como fazer amor. Não tem explicação,
apenas o corpo ali, tum tum tum.
Uma análise é um corpo ali fazendo tum tum
tum. Sem explicação. Como a música eletrônica, como fazer amor: vive-se, não se
pensa.
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